Lispectoriando

"Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender.
Viver ultrapassa qualquer entendimento"
(Clarice Lispector)









quarta-feira, 10 de março de 2010

Fonte afetada

Acho incrível como tem gente que acha que tá com tudo, quando, na verdade, não tá com nada. Ao entrevistar uma das fontes para escrever uma matéria sobre gripe A, o entrevistado já estava nervoso, demonstrando - só demonstrando - não entender uma das perguntas.

Peralá. Se eu pergunto se tem como saber o resultado de uma pessoa que morreu com suspeita da gripe o mínimo que eu esperava, enquanto "leiga" - pra não dizer "burra", como muita gente acha - e se tratando de uma pessoa que se diz "a melhor, o maior" - como um dos slogans de jornal impresso - era "qual o nome da pessoa, Yáskara?". Mas isso esteve looooonge - bem longe! - de acontecer, pois como eu disse antes, já afetada a fonte se mostrou mais grossa do que...ah...deixa pra lá!

O final da história foi incrivelmente ridículo. Não pra mim, que tive a matéria transformada em manchete - apesar de erro desmotivador de edição -, mas para a fonte e seu círculo de amizades, que acham que entendem de jornalismo e mais ainda de respeito - Não, não entendo ainda muita coisa da profissão. Mas de uma coisa eu manjo, e muito bem, de humildade e profissionalismo.

Pra finalizar, quem discordar que se manifeste, entendo que fontes são fontes e precisam ser preservadas. Porém, ninguém é insubstituível. Não quer dar entrevista, paciência. A gente corre atrás de outra, muda a pauta, troca o encaminhamento e segue em frente.

O bom de tudo é ver que os chefes da gente batem o pé e dizem: "Se você não quer falar com a repórter, não posso fazer nada. É ela quem cobre a gripe e nós confiamos nela. Não vamos trocar de repórter".

Preciso dizer mais alguma coisa?

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