Yasmin, minha filha mais velha, virou pra mim, em pleno Sol do Atalaia, e disse: "mãe, tem um carro dentro d'água".
Só deu tempo de eu sair correndo pela praia implorando pro meu marido correr pra registrar pelo celular, já que a minha máquina estava sem pilha.
O resultado foi um flagra de total desatenção de motoristas, que deixaram os carros serem engolidos pelo mar. Afinal, eu não poderia passar um fim de semana inteiro em Salinas, escrevendo sobre praia, corrida, traficantes presos...tinha que ter um factual interessante.
Eis que no auge da agonia, a dona de um dos carros, o Citroen (não tem trema pq eu não consigo colocar nesse teclado), berrava comigo. "Você não pode fotografar e nem anotar a placa do meu carro, tá ouvindo? Esse carro é do meu trabalho e não pode aparecer em jornal. Se sair alguma coisa eu vou te processar".
Quem sabe se ela tivesse sido mais, digamos, humilde, quem sabe eu teria esquecido a cara dela. Mas, como foi arrogante e pareceu achar que eu era nada, quando sou absolutamente tudo - kkkkkkkkkk - dei as costas e corri pra escrever a matéria do carro.
O resultado foi a matéria publicada em O Liberal e no Amazônia.
Agora, se o seguro não vai arcar com os prejuízos dos donos dos carros "afogados" porque as placas saíram no jornal, aí não é problema meu. Cada um faz a sua parte e pronto! Eu fiz a minha!!!
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